segunda-feira, 4 de julho de 2011

Marola, Rodolfo Rodríguez, Fábio Costa e a improvável e inesquecível defesa de Marolinha

Naquele primeiro segundo, aos oito anos , fui morar num lugar onde os garotos eram palmeirenses, corinthianos e sãopaulinos. Meu pai nunca me disse para quem torcer, afinal, ele sabia que a escolha tinha que ser minha. Rejeitando a mesmice e a unanimidade, fui pensar diferente. Fui ser Santista.
No segundo segundo, ficava encantado com os berros do narrador ao rádio: defendeu Marola! E depois conferia na TV os milagres de Fiodermundo. Nos meus primeiros anos como goleiro, jogando no clube, ganhei troféu de menos vazado e inúmeras medalhas de melhor em campo, além de ter sido convocado para a seleção. Pedi ao meu pai uma camisa igual a do Marola, cinza e preta. Ele mandou fazer numa confecção e pronto, o apelido no clube foi automático: Marolinha.
No terceiro segundo, aos dez anos, o choro de Marolinha, quieto e abafado, sentado no chão, de pernas cruzadas, em frente à televisão. Admirando e odiando Zico e sua trupe acabarem com um sonho de criança.
No quarto segundo, num Torneio Início do Paulistão, o Santos foi campeão, com Rodolfo Rodríguez catando dois pênaltis, num deles um vôo sobrenatural até o ângulo. Marolinha tinha um novo ídolo.
E no quinto segundo, a inigualável sequência de defesas de Rodolfo e o abraço do meu pai corinthiano, no Morumbi, comemorando comigo e por mim, o gol do Chulapa.
Ao entrar na Vila Belmiro e ver Rodolfo Rodríguez vindo na minha direção, num encontro improvável, em cinco segundos, voltei a ser Marolinha. “Rodolfão”, disse ao gigante barbudo e o abracei com a mesma segurança e firmeza que defendia os chutes mais precisos. Ele, saindo por onde todos estavam entrando, me olhou, retribuiu um tímido e humilde abraço e, apressado, seguiu em frente.
Então segui minha vida, afinal tinha uma oitavas de Libertadores para ver: Santos X Nacional. Fábio Costa, vilão, falha e um cara na minha frente desanda a xingá-lo, berrando que aquilo não era goleiro digno de vestir a camisa do Santos. Fábio Costa, herói, pega três pênaltis e Santos se classifica. Fiz questão de ir atrás desse cara comemorar e xingar tudo de volta na fuça dele.
Talvez Marola  nunca saberá que eu mandei fazer uma camisa igual a dele.
Talvez Rodolfo nunca saberá que ele é meu maior ídolo santista.
Talvez Fábio Costa nunca saberá que quase arrumei briga por ele.
Mas Marolinha sabe que, neste dia, fez sua mais improvável e inesquecível defesa.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Imagens e Palavras

Sociedade da Busca da Obra Sonora Perfeita
Tentativa 1: Imagens e Palavras – Teatro do Sonho

PUXE-ME PARA BAIXO. Introdução pura, simples e conquistadora. Quem a conhece a ama. O ápice está aos 6m38s, na transição final de volta à música, quando Marco explica que bateria não é coadjuvante. Tive que ver duas vezes isso, ao lado dele, no Aramaçan, para acreditar. É verdade.

OUTRO DIA. O desafio é não gostar da melodia. Fácil é o sax. Cereja no boldo. Quem não gosta vomita. Aos 2m35s, Jaime arrebenta e arrebata. Se aqui, o Jaime te agrada (algo bem difícil), o resto está garantido. Solo chorável do João Italiano.

APROVEITE O TEMPO. Intro que ninguém faz. Letra perfeita. Para acordar às cinco da matina airguitarrando. Refrão monstro e raro. Toda ela te convida e te seduz ao desconhecido. A previsibilidade passou seis anos luz longe. Solo de tecla do Kevin insuperável. Encontre tudo aquilo que você precisa na sua mente, se você aproveitar o tempo, diz o Jaime.

ENVOLVIDO. Deixe-a te envolver, como a letra diz. É como um livro bom. Rápido e bom. É como um minuto de Chaplin. Cinco de Marilyn. O arranjo, a construção, a acentuação da bateria com a melodia são inéditos para os mais desavisados, há quase vinte anos. Mas tem que ouvir até o final.

METRÓPOLE. Letra misteriosa. Bateria é Godzilla invadindo a cidade. 5m38s e João Chinês se apresenta. E desafia o Kevin a fazer melhor, na seqüência. Quando achamos que a música morreu, aos 8m06 ela se reinventa. Tchaikowisky na veia. E nos dedos. Eterno. O amor é a dança da eternidade.

SOB UMA LUA DE CRISTAL. Sincronismo e dissonância comandam. Se João Bosco ouvir, entra em depressão. É o cartão de visita escrito: “Berkeley cria monstros. Bons monstros”. E tem também: como fazer um solo, limitado pela proposta, não ser chato e repetitivo.

ESPERE PARA DORMIR. Distoa, dá sono e não acrescenta nada, numa análise apressada. Mas é, na verdade, intro para a seguinte. A letra, a suavidade da voz e o pianinho, principalmente, conduzem ao final de tudo, pedindo para você esperar.

APRENDENDO A VIVER. O modo como o seu coração bate faz toda a diferença, canta Jaime. A influência da música oriental contamina todos os instrumentos. Mas aos 5m36s, João Italiano revela sua mente e sua mão latinas. Quando nos fazem lembrar da música anterior, tudo se encaixa. E o arranjo de João Italiano nos conduz suados e felizes ao final. Esperando para dormir e aprendendo a viver.

O IMPERFEITO RELATÓRIO DA IMPERFEIÇÃO:

Jaime incomoda com os agudos. Perfeitos. Mas irritantes. E palavras que agridem os ouvidos (não a mente) criam imagens ruidosas imperfeitas. Foi o caso.

Passou perto. Próxima.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Amarrando aves

Para Dioghetto Elina, conhecedô de musga. E pro Zaca, pelo presente.


Luiz Gonzaga, o Lua, ligou pro Satriani. Minino, vem aqui que eu quero te mostrá um negoço duma idéia que ta na cachola. Satri Haroldo Camata veio voando como Ícaro e trouxe Steve Harris, que estava devendo um favor. Na casa de Moraes Moreira, Pena Branca, sabendo do encontro, veio um dia antes com a introdução pronta. Já nos ensaios pra criar uma música for all, ou forró, Steve teve uma debandada e voou emburrado, pois queria uma intro mais longa. Pepeu teve um ataque de riso e meteu sugestão. Intervalo e todo mundo foi pra cozinha comer baião de dois com galinha caipira.

Na volta, Almir Sater comprou a briga de Pena Branca e falou, chamaro nóis só pruma intro de vinte cinco segundo? John Petrucci, que não queria abandonar o teatro, como Portnoy, acalmou tudo e, recuperando-se da ressaca, falou pro Vai, que já estava bêbado e incorporando a dança do cisne: Vai, vai lá e concerta e conserta a parada. Na mesma hora que Chimbinha, avoado, chegou atrasado e não entendeu nada. Nem da música. Mike Terrana seguia impaciente e inconformado com as melodias melosas sugeridas pelo Fagner, que ficou cinco minutos e, magoado, partiu com o coração alado.

Zakk Wylde lançou no ar o pedal na cara do Pepeu, que revidou com uma fabemolzada nas oreia, e foram se bicar na delegacia, 129 versus 129. Bono, na humildade, perguntou se a música não estava voando muito rápido. Saiu chutado como pomba pelo próprio Lua, que, decidido a não por boa voz em nada, já dava sinais de arrependimento de tentar amarrar esse bando. Dava mesmo. Dava pena do Pena Branca, na cadeira de balanço, dormindo. Satri tuiuiú, ave do cerrado, branco, careca e habilidoso, meteu uns efeitos matrix no meio de tudo. Petrucci desplugou o cara e saíram na mão. E saíram fora. Pena Branca morreu. Sater & Pepeu combinaram uma dupla e deixaram todo mundo no tapping, no two hands e na mão.

Chimbinha, que não largava o celular e a mizinha, desceu a ladeira, empurrado pelo Moraes. A jam baião de dois com galinha caipira foi pro vinagre. Virou farofa. Mike dormiu. Kiko entendeu tudo e decidiu escrever sobre o ocorrido. Na guitarra.

A morte tentou amarrar o Lua. Pau de arara amarra aves, amarrou gente, mas não amarra talento.

E está aqui ó, logo abaixo.
Pau de Arara – Kiko Loureiro

Ou aqui, para ver: 
Pau de Arara – Kiko Loureiro

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Corajosa Sofia

A Raquel me cobrou. Falei do Toninho e não falei da Sofia. Com duas semanas de vida, dei isso pra ela. O Iberê chorou. O Diogo vai chorar. Então toma. Chupa Raquel. Sua hora vai chegar.

Corajosa Sofia
Do escuro tem medo
Acordou logo cedo
Fazendo folia
No berço animada
Soltou gargalhada
Um xixi, um cocô
Acabou a alegria


Emburrou de repente
Tem fome animal
A mamãe é legal
Tem leitinho quente
O papai não sei não
É meio bobão
Mas é engraçado
Está sempre contente


E virou brincadeira
Agora acha graça
Do leão e da girafa
Tudo na banheira
E o banho acabou
A mamãe enxugou
Mas está muito frio
Começou choradeira

Um abraço bem quente
Deu calor, trouxe paz
Confortou ainda mais
Já ficou sorridente
Carinhosa Sofia
Que alegra meu dia
Seja bem-vinda
Te amo pra sempre

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Atitude de Peixe

Cozinha Neológica do Chef Eros – A Mistura Caótica dos Elementos
Prato 4: Meca Mega Raro com Azeitonitude Perada
Abri uma Coronado Índica e já me arrependi no primeiro gole. Por que comprei só uma? Saborosíssima. Fiquei na dúvida na hora e não quis arriscar  e comprar duas. Fui com HUMILDADE, pois tinha pouca grana. Mas estava convicto que compraria MECA, o peixe de bico mais difícil de ser capturado. No mercado é fácil. Meio kilo em postas. Nove Reais. Peguei um negócio chamado... esqueci... e falei, vou levar. No meio do caminho, desisti e peguei COENTRO mesmo. Nunca mais. Coentro em pó é péssimo e caro. Não tem gosto. Tem que ser a planta mesmo. Queria uma fruta e arrisquei sem medo: PERA RED, sem saber exatamente o que era. Tive CORAGEM. Fiquei quarenta minutos para comprar quatro coisas. Foi bem engraçado.
Mas não tanto quanto um velho amigo imitando o exterminador de baratas infectado, aquele de MIB 1, ao som de Mr. Crowley, com o Ozzy. Somado à idéia do improviso de um microfone imaginário na hora de cantar. Já o vi fazendo isso umas setenta vezes e sempre peço para repetir. Tem gente que é assim naturalmente. Igual comida boa: não enjoa.
Temperei o arrojado peixe com o péssimo coentro e o inigualável limão. E um pouco do misterioso AJINOMOTO. Untei de azeite e manteiga a fôrma. Sobrou manteiga então pintei o peixe. Lá pelas tantas, tive a idéia de colocar nozes. Ou passas. Ou quinoa. Mas não tive certeza. Abri a geladeira e descobri a AZEITONA e tive CONFIANÇA que ela seria útil.
Como esse meu velho amigo foi, às quatro da manhã de um dia de urgência médica, ao pilotar até Sorocaba. A gente conhece tanta gente nessa vida, mas para certas coisas, são umas poucas. E de tanta gente que esse velho amigo conhece, falei para ele tentar a política. Mas sei que me enganei com o conselho. Ele não tem estômago para tanto. Tem é coragem para reger a banda do tiro de guerra fazendo careta para o sargento, que nem percebeu.
Aos trinta minutos do segundo tempo de forno, o cheiro dava TESÃO na língua. Distribuí as azeitonas e as duas peras red cortadas no peixe. Mais dez minutos de tempo extra e fim de jogo. O parado peixe difícil de caçar estava morto e me esperando.
No cemitério, eu e meu velho amigo nos programávamos para um susto e tanto nos amigos. Surgiu um imprevisto, demos muitas risadas e improvisamos o susto mais pra frente do ponto inicialmente planejado. E num churrasco, duas horas e meia contando piadas, esse velho amigo nos brindou com performances e improvisos de piadas velhas, conhecidas e até ruins. Mas inesquecíveis com ele no comando.
Esse velho amigo um dia me perguntou se deveria fazer curso de teatro. Achava que estava velho para isso. Não sabia se gostaria, se iria ser útil, se daria dinheiro. Se largar tudo e viver “into the wild” era certo. Que sentia certa inveja dos arrojados. Que estava cansado de imaginar e desistir, sendo engolido pelo cotidiano. De novo. Falei que pensaria e depois responderia. Hoje respondo.
Velho amigo, você não está velho. Você está correndo, mas está parado. É tempo de dar um passo a frente. Só você pode parar você. Inscreva-se num curso de teatro, em primeiro lugar, depois a vida te indica como improvisar. O caminho você já sabe: Humildade, Confiança, Coragem e Tesão.
Baseado e improvisado das profundezas da mente da pessoa mais engraçada que conheço: Toninho Aids Galbin

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Espiga no copo dos outros é Skol envenenada


Já troquei novela por Internet. Datena por Two and a Half Men. Faustão por Natgeo. Big Brother por History Channel. Jornal Nacional por Mike & Molly. Alguns jogos de futebol por Castle. Filme “mais do mesmo” por livro. Valeu a pena. Está valendo. O grande desafio agora é trocar Brahma-Skol-Antarctica-Bohemia-Itaipava por Baden Baden, Colorado Indica, Guinnes, Eisenbahn e uma infinidade de cervejas artesanais ou importadas.
Nos acostumamos ao sem gosto da cerveja comum. É como olhar na TV e ver sempre o mesmo papel do Tony Ramos. A mesma dicção do Benício. A mesma pessoa muito humana que o Faustão convida ao palco. O gelado mascara a falta de gosto. A beleza supérflua e a falta de conteúdo imobilizam nossas reais necessidades, sentado ou não no sofá.
Dizem que a gente come muito lixo. Carne sem a qualidade adequada, com maquiagem para ficar atraente. Que o peixe bom mesmo, como o Meca, é para exportação. Que há muito veneno de agrotóxicos nas frutas, verduras e legumes, vendidos como se tivessem um conteúdo verdadeiro. Que o café que tomamos é bem ruim, em comparação com o que entregamos de bandeja e xícara para fora. Eu dormia com esse barulho. Então descobri algo estarrecedor: a cerveja popular também é um desses lixos. Aí foi demais pra mim.
Rogério Cezar de Cerqueira Leite, físico de 79 anos da Unicamp, entregou o ouro. Ou melhor, o malte. Ele prova que nossas cervejarias usam, na verdade, é milho, ao invés de cevada. E lúpulo de qualidade bem sofrível, que exige a adição de antioxidantes e estabilizantes. Entrega também que a “fusão” de Brahma e Antarctica (70% do mercado), que teve como argumento competir com as estrangeiras, revelou a real intenção quando houve a absorção por uma multinacional. É o cartel da falta de gosto. Uma camuflagem insípida.
A tarefa de zapear este lixo é mais árdua, pois os preços e o acesso fácil nos convidam, nos seduzem. Vou ter que comprar a TV a cabo da cerveja importada ou artesanal. Já estou tentando. A variedade de canais é infinita. A qualidade também. Sei que valerá a pena, mas reitero, será difícil. A combinação preço baixo com falta de gosto me condicionou, há muito tempo, a deixar no mesmo canal.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quatro mulheres violentadas

A primeira lutava pelo fim da violência. Foi sequestrada. Mais de oito anos refém. Provavelmente violentada de fato, ainda tem pesadelos, dormindo ou acordada, dos momentos de sofrimento e humilhação. Foi resgatada e foi morar num outro país, o qual lutou pela sua liberdade. No seu país de origem, há uma lei que garante a vítimas de sequestro seis milhões de dinheiros de indenização. Ela pediu. Seu país a chamou de ingrata e de aproveitadora. Até a opinião pública torceu o nariz. Ela retirou o pedido.
A segunda era desconhecida no seu país, mas conhecida pelo resto do mundo. Convidou a todos para visitarem seu país e descobrirem a farsa que ele é. Convidou a todos a terem um salário lá. A pegarem as inúmeras filas para tudo. A utilizarem o transporte público imundo e sucateado. Tentaram calá-la. Com censura, depois com violência. Seu país tem uma armadilha paras as mães. Estas convivem a vida toda com um doloroso dilema: deixar seus filhos fugirem pro exterior ou deixá-los no país, sofrendo. Ela cria seu filho com tolerância e liberdade, algo que nunca teve na vida.
A terceira acabou de conseguir um bom emprego. Mas trabalhou muito tempo ganhando duzentos e oitenta dinheiros por mês. Fazendo comida cara e a servindo com um sorriso. Lavando banheiro sujo. Aguentando grosserias, piadas e gracinhas infames. Nesse seu novo emprego, será estagiária, ganhará quatrocentos dinheiros, terá tranquilidade e ambiente agradável. Na sua entrevista, uma resposta à pergunta “como você se vê daqui a seis meses” foi determinante na sua contratação. Disse que em seis meses ela pretende, com o dinheiro que economizar, estudar e se qualificar, para melhorar sua vida no futuro.
A quarta, quando pequena, viu sua família desmoronar. A mãe traía o pai. O pai a matou e anos depois, se matou. Hoje com cinqüenta anos, recebe pensão por seus pais terem sido funcionários públicos. Recebe cerca de treze mil dinheiros. Se casar, perde o direito à pensão. Nesses cinqüenta anos, viveu doze anos com um homem. E mais um tanto com outro. Tem uma filha e é uma bem sucedida atriz. Mais pela sua belza do que pelo talento. Vez por outra, revela sua personalidade preconceituosa, desrespeitando outros povos, fazendo apologia ao feminismo, ao machismo, misturando tudo isso com política.


Ingrid Betancourt é uma heroína real, do nosso tempo.
Yoani Sánchez é exemplo atual e terá milhões de seguidores.
Sandra Mara é lutadora que se vê muito hoje em dia.
A quarta é uma personagem.


*  Contribuição de Cláudio Gula.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Acorde acordado

Pra quem toca violão. Ou tentou. Ou tentará.

Eu que fiz. O Wendel afinou.



Acorde acordado

Um acorde na pestana
Acordado no susto
Acorda com muito custo
Não sai assim, não sai assado
Sem amor, sai sufocado
Se treinado, sai despertado

Faz fá na primeira, faz na segunda
Se voltar, é bemol
Só que na terceira, é sol
Soa estranho, não se assuste
Assim, parece sem sentido
E na quarta, sol sustenido

Lá na quinta, é lá que sai
Na sexta, soa sumindo
Meio suspeito, meio dormindo
Na sétima, é si, sim senhor
Que, sem sustenido, dá dó
Que sai na oitava, de uma vez só

Na nona, espere sonhando
Decida-se na décima, que é ré
E na seguinte, seu sustenido é
Mi faz fácil na próxima
E me faça o favor, querida
Faça um fá logo em seguida

Outra vez fá susteneia
Faz sentido como na onze
Só que sai sozinho, lá na quatorze,
E na quinze, que surpresa!
Acorde! Que dia gostoso!
O sol saiu de novo

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

OLHA A GRIPE AÍ GENTE


Cozinha Neológica do Chef Eros – A Mistura Caótica dos Elementos
Prato 3: ALFANDUÍCHE FEBRÍFUGA TROPIQUINOA
Come on? Pra comer com a mão. Ambas as duas mões. Se você é muçulmano, nem vai ligar pra sujeira. Abri uma Baden Baden Red Ale e me arrependi no primeiro gole. Amarga como Campari com Novalgina. O ALFACE fará o papel de pão. Abra um, regue AZEITE. Vá empilhando REPOLHO, CEBOLA, CARAMBOLA (ou teinha, como diz a Sofia) e QUINOA (nativa da Colômbia e tendo a Bolívia como maior produtora, mas não dá nenhum barato). Aliás, a quinoa é bem cara, ainda mais agora, na moda. É um dos alimentos mais completos que existem. Faça uma regressão e pergunte a algum Inca. Regue VINAGRE. Agora TOMATE em rodelas, senão, sua besta, não irá conseguir abrir a boca e abocanhar..
Quem fala muito dá bom dia pra cavalo. A imprensa chama Cesare Batistti de terrorista, por conta de assassinatos a ele atribuídos, numa época em que o governo italiano empregava tribunais de exceção (matava primeiro depois julgava). Um tal de Pietro Mutti fez uma delação premiada de Battisti, por vingança, pois quando eram companheiros de militância, o chamado terrorista teria se recusado a participar de ações armadas. Battisti foi julgado à revelia, ou seja, não compareceu no julgamento e foi considerado culpado. Fugiu para a França, trabalhou como zelador e virou escritor de romances policiais. Os dois lados devem ser observados, sempre. Aqui Lampião e Lamarca são heróis. E terrorismo é outra coisa.
A tunagem fica por conta da ALFAVACA, PIMENTA DEDO-DE-MOÇA e GENGIBRE. A Alfavaca é pra você que tem má digestão, flatulência, vômitos, intestino zuado, afecções bucais, queda de cabelo, febre e tuberculose. Resumindo, pra você que tá lascado nessa vida. A dedada da moça ajuda a emagrecer, reduz a enxaqueca, a dor de cabeça, é anticancerígena, antinflamatória, antioxidante, anticorinthiana, antifrescurite e antiga.
Obama tem uma velha estratégia do Tio Sam na agulha para engessar a CHINA. Se aliará à Rússia e espalhará o sedutor cheiro do desenvolvimento mcdoniano, algo por lá travado. Alguém se lembra o que aconteceu na Guerra Fria? Exatamente o contrário. Aliança com a China para enfraquecer a URSS. É a dança do americano doido com arma na mão em frente uma escola.
Regue SHOYU. Já me desarrependi da Baden Baden. Acho que ela abriu o apetite. Além de ser bem forte. Feche a tampa com... com... isso: outro ALFACE. Pra comer é um trampo danado. Escorre azeite pelos dedos, cai shoyu na roupa, o repolho foge. Porém você se diverte e fica sastifazido. E só comeu coisa boa.
A União da Ilha da Magia, escola de samba de Florianópolis, cantará a beleza e a exemplar história da ditadura cubana, que matou milhares de pessoas. No Rio, São Clemente e Portela cantarão ineditamente as belezas naturais da cidade maravilhosa. Tijuca mostrará ao mundo as incríveis histórias dos filmes de terror. Porto da Pedra homenageará a importante diretora teatral Maria Clara Machado. Está faltando tema? Dou uma sugestão: Guerra do Pau de Colher, uma batalha ocorrida no Nordeste que nossos professores de história nunca contaram. E vou comer minha salada tropical, porque estou com medo da gripe fútil que chega com o Carnaval. Pode me dar febre.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ateu bagarai.

Seu Dema tem alguns defeitos. Seu Dema é ateu. Ateu com cruz de ponta cabeça maiúscula. De dar raiva. De passar vergonha. Mas já superei essa parte e hoje só me divirto. E aprendo.

Um dia, empolgado, falei a Seu Dema: “a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos" (Hebreus 11.1).  Seu Dema finalizou o assunto com: “É uma enganação ou não é?”. Silenciei.

Seu Dema é ateu. E deixou de freqüentar a casa de um amigo, pois esse educava o filho com socos na cara.

Um dia, pedi a seu Dema uma arma de brinquedo, que atirava flechas que grudavam na parede. Seu Dema foi categórico: arma não.

Dada época, Seu Dema foi corretor de imóveis. Estudou, se preparou e foi pro mercado. Desistiu. Alegou que, no ramo, se decepcionou, pois companheiros de trabalho se traíam. Todo dia.

Das poucas vezes que o vi chorar, Seu Dema contou um causo que, quando criança, na roça, um cachorro moribundo, prestes a morrer apareceu. Cuidaram e recuperaram o bichinho e após um tempo, a família, precisando mudar para a cidade, deixou o bicho, que acompanhou o caminhão por 30 minutos, até desistir.

Seu Dema me bateu. Um único dia. O motivo foi banal. Eu não ligo. Tenho certeza que ele nem lembra. A surra também foi banal. Não doeu na carne e nem na alma. Acho que foi um dia que Seu Dema, o ateu, não tava legal.

Uma vez, o presidente da FIAT falou para todo mundo que o FIAT 147 era revolucionário. Seu Dema, ateu demais, num encontro casual com esse cara, horas depois, não resistiu: “Você está enganando quem?”

Numa das primeiras reuniões do PT, anos 80, Seu Dema estava lá. Na segunda que ele foi, questionou, argumentou e mostrou a cara. Na terceira, foi expulso. Seu Dema, o ateu, já tomou pinga com Lula.

Não consigo assistir TV com Seu Dema, o ateu. A cada desgraça, a cada safado criminoso, a cada terrorista, a cada descaso, ele repetidamente pergunta: Cadê Deus? Deus não gosta dos iraquianos inocentes? Nem dos infelizes haitianos? Deus abandonou Serra Leoa? Irrita bagarai seus comentários.

O ateu Seu Dema gosta do livro de Richard Dawkins, “Deus: um Delírio”, e todos de Saramago, obviamente. E conhece Strauss e João Bosco melhor que muitos críticos de música.

A maior decepção de Seu Dema, que é ateu, foi quando a mãe dele não deixou que a família dele morasse nos fundos da casa dela. Mas ele nunca impediu a família de ir visitá-la. E foi no enterro dela. E chorou.

Não sou ateu.

Seu Dema é ateu?



Salmão que ninguém nunca viu.

 Cozinha Neológica do Chef Eros – A Mistura Caótica dos Elementos Essenciais
Prato 2:  SALMALFAVACUNIUS ASPARGOSPOULOS

Baseado e embolado em uma receita grega. Afinal... sou grego bagarai.

Lesgou. O salmão tem gosto suave ou nenhum. É caro. Deve ser pelas propriedades milagrosas ou pela dificuldade em pescá-lo. Ou alguém está nos enganando.

Exatamente como faz a Bayer, Shell Química, Monsanto, Basf, Syngenta, Du Pont, que, enganando, são responsáveis por ingerirmos 6 litros ou mais de veneno por ano, pulverizando nossa agricultura com produtos proibidos até nos países de origem dos mesmos. A ANVISA tentou proibi-los, mas um juiz liberou. Queria muito saber o nome dele...

Abri uma Baden Baden Golden, de trigo, incrivelmente saborosa para companhia. 500 g de SALMÃO.
Ou 300g, que foi o que meu dinheiro deu. SAINT PETER pode substituir. Tem nome chique, mais sabor e é mais barato. Temperei com LIMÃO, ALFAVACA (é um manjericão tunado) e SAL (esse cara faz mal, não coloquei, a Raquel sentiu falta no final, então... recomendo, com moderação) e PIMENTA DO REI (tem gente que fala assim). Deixei hibernando 34 minutos.

Dormindo feliz estão os ex-governadores, na maioria. E faz tempo. Recebem uma aposentadoria vitalícia de 10 mil (no mínimo), por terem trabalhado pesado por 8, 4 ou menos anos. Tem um em Mato Grosso que trabalhou 10 dias e ainda recebe. Pedro Simon deu uma entrevista interessante e misteriosa sobre o assunto. A OAB está tentando nos acordar. Temos que acompanhar, com sono ou não.

Petisquei tecos de pepino que a Sofia ofereceu e fui pro molho. Refoguei AZEITE (alguém me indica um bom, pois o Don Antonio é fraco), ALHO, CEBOLA (da minha sogra), PIMENTÃO e 7 talos de ASPARGO picotados (haja paciência). Sobre o aspargo: ele é bom para a Raquel engravidar. E mijar. Liguei o forno... mentira, a Raquel ligou o forno e coloquei o SALMÃO, porém antes tirei as folhinhas de alfavaca. Comi algumas e foi uma combinação inesperada e original com goles da Baden Baden, garanto.

Exatamente como foi a performance de Telma Scherer, jovem escritora, na Feira do Livro, em novembro de 2010, em Porto Alegre. Após cometer o absurdo de não usar a violência, não xingar ninguém e instigar o público, delicada e inofensivamente, a entender a dificuldade do escritor nacional em ter espaço, ela foi levada de camburão. Estou escrevendo um livro e fiquei preocupado...

Petisquei meio Sonho de Valsa que a Sofia ofereceu, matei a Baden Baden (tenho um post na agulha sobre o que colocam na nossa cerveja) e fui mexendo o molho, esperando o aspargo se derreter por mim. Lá pelos 22 do segundo tempo, veio o TOQUE ÉLFICO: refinando o molho... queijo ralado no ato.

E pelo ato do Movimento Passe Livre, que em 13 de janeiro desse ano, se manifestou contra o aumento de passagem de ônibus, e na Av. Ipiranga tomou porrada da puliça, e... NINGUÉM MOSTROU, fica minha solidariedade e minha atenção aos próximos atos. Fala a verdade, você não sabia disso...

Aos 29 do segundo, com um a menos, petisquei três quartos de mexerica que a Sofia ofereceu (isso é verdade, não é recurso/apelo falso) e acrescentei CREME-DE-LEITE. Ele mesmo. O calórico. Aliás, a diferença entre creme de leite e leite moça é a mesma entre manjericão e manjerona. O químico que inventou isso deve ter acrescentado ou tirado 5% de alguma coisa, aí chamou correndo o povo do marketing... Tirei o Salmão a tempo, graças a Raquel, e desliguei o molho. Pronto.

O primeiro comentário será da Raquel, confirmando que estava divino. Se falar outra coisa, eu deleto. O blog é meu mesmo. E em casa o bicho pega.

Peguei uma receita grega e, com humildade, transformei e deu certo. É o que falta aos políticos: HUMILDADE, PODER DE TRANSFORMAÇÃO e SUCESSO. Isso ninguém nunca viu.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ESTROGONOZES DE CHAMPIGMARÃO

Cozinha Neológica do Chef Eros – A Mistura Caótica dos Elementos Essenciais
Prato 1: ESTROGONOZES DE CHAMPIGMARÃO

Não sou fã de camarão, até como. E raramente como estrogonofe. Então decidi dar uma chance a ambos e deixá-los interessantes. Ou não. Sem mostarda. Sem ketchup. Sem batata palha. Senão seria ESTROGOSÓDIO. Ah... e sem sal. Os ingredientes já tem o que você precisa e o sal é um dos maiores vilões da saúde.
Falando em maiores, não entendi ainda porque estão chamando a tragédia no Rio de “a maior do Brasil”. Houve uma em 1967, na Serra das Araras, Piraí, também no Rio, pior. Foram cerca de 1.400 mortos. Há relatos de sobreviventes e fotos. Enfim, só um detalhe que descobri em meio à enxurrada de informações e à pressa na procura de culpados.
Vamos começar. Abri uma Eisenbahn Weizenbier para fazer companhia, peguei 500g de CAMARÃO, temperei com LIMÃO e PIMENTA, reservei. Refoguei AZEITE, ALHO, CEBOLA e GENGIBRE. Eu exagero no gengibre, é vício. Só um pouco também vale a pena, o gosto final não se altera e você ganhou muito. Pra quem já foi panacéia, o gengibre tem muito a nos contar. Hora de por a estrela: o CAMARÃO. E dois TOMATES. Ah... coloquei três, sou homem. Para garantir a fartura de licopeno, MOLHO DE TOMATE também ajuda.
Vou ajudar o povo no Rio. Enviarei donativos através da LBV. Diante das dificuldades, somos todos iguais. Quase todos. Tem gente que foi presa roubando donativos. Tem gente exagerando nos preços da água, gás. Tem gente que, na guerra do Ibope, insiste em mostrar os personagens do dia, com suas desgraças pessoais e close nas lágrimas. A seguir cenas dos próximos coitados... isso cansa.
Abri outra Eisenbahn Weizenbier. É hora do coadjuvante, não menos importante, o CHAMPIGNON. Apesar de terem gosto de água com ar, são nutritivos, mas não exagere. Tem muito carboidrato. Como já estamos na segunda cerveja, já deu.
Quem não deu nenhum centavo dos seus salários para ajudar foram os políticos. Não que eu saiba. Como eles gostam de aparecer, se algum doar, vai querer dar coletiva, conclamar seus eleitores, pedir mais verba, criar uma comissão ou secretaria, chorar, contar do seu passado difícil de filho de político...
Vai misturando e provando. Acredite, você saberá quando estiver bom, afinal, o paladar é seu. Desligue. O “toque élfico” vai por conta do caldo para acrescentar ao molho, preparado com MARGARINA e CURRY. Curcumina é o principal ingrediente do mix de especiarias chamado curry. Ajuda a proteger o cérebro do Alzheimer, entre outras coisas. Eu já disse isso? Não me lembro...
Ninguém lembra que o recém criado Sistema Nacional de Prevenção de Desastres já estava criado há 5 anos, com outro nome. Nem que a grana para Prefeituras, nas tragédias de Santa Catarina (2008), Alagoas e Pernambuco (2010), por conta da burocracia, não chegou. A “fortuna” do FGTS que cada um receberá para reconstruir a vida foi liberada. Mas calma lá, tira a mão daí! Para que pressa. Vai demorar um pouco. É torcer para que os donativos durem e continuem chegando.
Por último, CREME-DE-LEITE light ou REQUEIJÃO light. Como ambos tem gosto de água com ar light, a quantidade vai de cada um. Só afetará a espessura. Sirva com arroz. Arroz não tem gosto de nada mesmo, nem de ar, nem de água. Então prefira o integral, é mais saudável. Salpique NOZES trituradas, em substituição a batata palha. O que falar das nozes? Coma nozes e não fique doente. Apesar de muito calóricas (não exagere), acredite, elas ajudam a emagrecer, não é invenção.
Inventei, me diverti e deixei para trás o estrogonofe comum. De comum, já estou empanturrado das mesmas notícias, inventadas ou não.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Discovery Kids

- Papai, quando eu puder casar, vou poder ter dois maridos?
- Claro que não Sofia.
- Por que não?
- Primeiro por que a lei não deixa. E depois, é contra nossos costumes.
- Como assim, papai?
- No nosso país, é proibido por lei ter dois maridos, ou duas esposas. E se alguém fizer isso, pode ser preso de dois a seis anos.
- Nossa! E se ninguém souber?
- Hum... bom, aí corre-se o risco. Mas é difícil isso acontecer.
- Mas acontece?
- Acontece filha, acho que sim.
- Papai, e matar alguém? Pode?
- Lógico que não, Sofia.
- Mas e se ninguém souber?
- É meio difícil isso acontecer...
- Mas acontece né?
- Sim acontece, filha.
- Papai, transexual faz sexo?
- Claro filha.
- Como assim?
- Olha, quando uma pessoa... mas... por que.... Sofia! Coloca no Discovery Kids agora!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Alencar está bem: morreu.

Trabalhei por cinco anos num lugar que era vizinho do Hospital do Câncer, na Aclimação, São Paulo. Frequentemente, tomava café e almoçava numa lanchonete em frente ao hospital. O lugar era muito bom, por isso lotava, e eu sempre reparava nos freqüentadores.  Pois bem, foi nesse lugar que aprendi a olhar o câncer com o devido respeito.
Diariamente eu me deparava com pessoas com a doença, com explícitos sinais da quimioterapia. E também com seus acompanhantes, pais, mães, filhos, netos, amigos. Muitos vindos do interior em Kombis, e vans, da Prefeitura ou não. O semblante de todos, doentes e acompanhantes, é algo que comove, impressiona e nos faz exercitar a humildade e a bondade. Aquele olhar de quem está pensando em outra coisa e não no que está comendo. Aquele olhar distante, sereno, por vezes triste, por vezes esperançoso. Um sorriso forçado escapa. Uma cabeça baixa. Dividi balcão, mesa e filas com essas pessoas, e para mim era sempre uma experiência nova e rica. Por conta disso, passei a ajudar financeiramente algumas entidades, não só de câncer, mas de AIDS, orfanatos e asilos. Bem menos do que gostaria. O ponto onde quero chegar é que essa realidade que me foi apresentada me despertou para fazer algo útil, mínimo que seja.
José Alencar aparece em TV, rádio, internet e livraria como herói. Um lutador. Obviamente, sua luta e vontade comovem. Mas sua história não.
Fico indignado com tanto destaque para um cara que não fez nada de notável nesse País. Foi um empresário bem sucedido e rico. Só isso. Tão rico que pode pagar do próprio bolso sua conta no hospital, rejeitando o dinheiro da União. O nosso dinheiro. Se ajudou alguém? Acredito que sim. É o mínimo que se espera de alguém com privilegiada condição financeira.
E o mais podre é o tipo de jornalismo inútil, que não desperta nada nas pessoas além de dó. A mídia raramente faz uma reportagem sobre pessoas comuns, na maioria, sem condições, que lutam contra o câncer. Não só os doentes. Os parentes, amigos, médicos, Ongs, voluntários. E são muitos. Esses sim são os heróis. Não esse cara.
A morte lhe cairia muito bem.