sexta-feira, 29 de março de 2013

É um respeito desnecessário, um medo descabido, um cuidado covarde. Este é o Santos que joga na Vila Belmiro hoje.

 Hoje não. Faz um tempinho já. Respeita o adversário demais, teme um contra-ataque e joga trocando passes, em cima de cascas de ovos, desacelerando o jogo. Deixa o adversário jogar com liberdade e, principalmente, atacar.

Tenho saudades do ímpeto de um Santos, com ou sem craques, que partia pra cima, marcava no campo adversário. De um Santos que, com ou sem títulos, todos queriam ver. De um Santos que, ignorando campo ou tempo ruins, nas épocas magras, aos trancos e barrancos, sufocava, inibia, provocava o erro, amedrontava no alçapão. Ganhando ou perdendo.

De um Santos que, na adversidade, buscava algo maior, algo para ser conquistado e comemorado. Comemorado com a torcida companheira de sempre ou com a torcida adversária-admiradora, que a história está aí para provar. Era assim, na maioria das vezes, no Urbano ou fora dele.

O futebol mudou? Sim. Mudou. Para o bem? Bem de quem? De quem joga de lado? De quem dá porrada? De quem prefere a defesa? De quem desiste do ataque? De quem prioriza a bola parada? De quem se contenta com um empate?

O futebol está ficando chato. Faz tempo. Mas se até o Santos entrou nessa, eu começo a desistir. O Santos é, ou era, um dos últimos redutos do futebol brasileiro jogado pelo melhor motivo: “A arte da busca pelo gol”. Parece complicado, mas não é.

Vou repetir: “A arte da busca pelo gol”.

O ímpeto foi trocado pela falsa calma do toque de lado. O abafa foi trocado pelo vou me poupar pro resto da partida. A ousadia foi superada pelo vou fazer o simples e garantir meu salário.

Tudo isso que estamos passando, boicote da televisão estatal, recalque, invenções e campanhas jornalísticas, são apenas consequências. Podemos conviver com isso, mas não sem lutar. Minha esperança é que alguém tome as rédeas do nosso futebol.

Não vou pedir muito. Ah... deixa pra lá vai..., vou sim. Vou exigir, como santista autêntico que sou.

Primeiramente, que o senhor Muricy Ramalho se demita. Se isso não ocorrer por bem, a nossa torcida fará com que ocorra.

Segundo, que seja contratado um técnico que entenda de “Santos”, de futebol ofensivo; de coragem, de ousadia e de justiça com quem tem talento e treina bem. E que esse técnico ganhe por produtividade.

Terceiro: que o marketing do Santos seja profissional e adequado à grandeza do clube, possibilitando que um pai, com seu filho ou filha, entre numa loja e encontre a camisa dos nossos jogadores, atualizadas.

Quarto: vender ingressos antecipadamente. E é o modo com que o clube pode ganhar muito dinheiro. Com carnês para um campeonato todo, ou parte dele.

Por último, que nossos craques, ou futuros craques, até os pseudo ou quase craques, que não são poucos, mostrem nossa camisa e nosso distintivo onde forem. Pois ganham bem e são tratados muito bem, uma exceção nesse País.

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